O SULFENTRAZONA (N-[2,4-dichloro-5-[4-(difluoromethy)4,5-dihydro-3-methyl-5-oxo-1H-1,2,4-triazol-1-yl]phenyl]methanesulfonamiude) + o DIURON (3-(3,4-dichlorophenyl)-1,1-dimethylurea) compõe o herbicida Stone®, disponível para uso na modalidade de pré-emergência na cultura da Soja e outras culturas. As principais caraterísticas podem se visualizadas nos Quadros 1 e 2.
Quadro 1 – Algumas propriedades físico-químicas do sulfentrazona
Quadro 2 – Algumas propriedades físico-químicas do diuron
Uso herbicida
O herbicida Stone® é composto pelo sulfentrazona (175 g/L) + diuron (350 g/L). Herbicida seletivo, indicado para uso em pré-emergência no controle de espécies eudicotiledôneas (folhas largas) e de monocotiledôneas, nas culturas do Café; Cana-de-açúcar; Citros; Eucalipto; Soja (Quadro 3).
Quadro 3 – Plantas daninhas controladas pela associação de sulfentrazona + diuron
*Produto comercial = Stone® (175 g/L de sulfentrazona + 350 g/L de diuron.
SULFENTRAZONA
Sulfentrazona é classificada no Grupo 14 (WSSA) e no Grupo E (HRAC), mecanismo de ação “Inibidores da enzima Protoporfirinogênio Oxidase (Protox/ PPO)”. Grupo químico N-fenilftalimidas.
O herbicida sulfentrazona inibe a enzima proporfirinogênio oxidase (Protox/PPO) (Figura 1). Após a inibição da Protox pelo herbicida, a protoporfirina IX é acumulada fora dos plastídios (no citoplasma) e interage com o oxigênio e a luz para formar o oxigênio singleto (O-). O protoporfirinogênio IX sai do cloroplasto quando a Protox é inibida e se acumula no citoplasma. A oxidação enzimática ocorre então no citoplasma, e a protoporfirina IX formada não é usada como substrato, nesse local, pela enzima Mg-quelatase, que se localiza nos cloroplastos, responsável pela formação da Mg-protoporfirina IX. A protoporfirina IX formada no citoplasma, sem Mg, interage com o oxigênio e a luz para formar o oxigênio singleto (0-) e iniciar o processo de peroxidação dos lipídios da plasmalema.
Figura 1 – Detalhes da rota de síntese do citocromo e da clorofila.
As plantas tratadas com sulfentrazona emergem do solo e tornam-se cloróticas e morrem logo após a exposição ao sol. As folhas ao contato com o herbicida apresentam rápida necrose e dessecação.
Sulfentrazona é absorvida pelas raízes e folhas tratadas. Estudos indicam que sua absorção primária é pelas raízes. A movimentação pelo floema é limitada, não pelas suas características físico-químicas, mas sim pela rápida dessecação foliar causada pelo herbicida.
Na soja sulfentrazona é rapidamente metabolizada, sendo transformada em inúmeros metabólitos. A principal rota inclui a hidroxilação oxidativa do grupo methyl do anel triazole.
Sulfentrazona não é suscetível a fotodecomposição e a volatilidade. No solo é moderadamente móvel.
DIURON
Diuron é classificado no Grupo 7 (WSSA) e no Grupo C2 (HRAC). Seu mecanismo de ação está associado a inibição do fotossistema II (Figura 2). Herbicidas como diuron inibem o fotossistema II ligando-se à proteína D1, no sítio onde se acopla a plastoquinona "Qb". Ao se ligar na proteína D1 ocorre o bloqueio de elétrons da Qa para a Qb e paralisa a fixação de CO2 e produção de ATP e NADPH2 que seriam necessários para o crescimento da planta. Porém a morte ocorre por outros processos. O acúmulo de energia na Qa promove a formação de clorofila tripleto, a qual interage com o oxigênio formando o radical livre oxigênio singleto. Tanto a clorofila tripleto quanto o oxigênio singleto interagem com os lipídios insaturados da folha iniciando o processo de peroxidação.
A morte das plantas sensíveis ocorre devido ao rompimento das membranas causado pela peroxidação dos lipídios. A clorose foliar é resultado desse rompimento das membranas.
Diuron é rapidamente absorvido pelas raízes e em menor intensidade pelas folhas e hastes. Rapidamente translocado das raízes para a parte aérea através do xilema.
Sua fotodegradação é baixa e sua meia-vida é de aproximadamente 90 dias. Se exposto à superfície do solo por períodos prolongados sem chuva sua perda é significante por conta da volatilização. Moderadamente lixiviado em solos argilosas, mas que se eleva na medida em que os teores de argila e silte diminuem.
Figura 2 - Detalhes da interrupção do fluxo de elétrons no Fotossistema II causada pelo uso do diuron.
Bibliografia consultada
Weed Science Society of America. Herbicide Handbook. WSSA (Lawrence). Edição 10, 2014. 513p.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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