O uso de herbicidas pré-emergentes foi a principal forma de controle de plantas daninhas na cultura da soja, nos anos 70 e 80. Naquela época, além de existirem poucos herbicidas seletivos para serem aplicados em pós-emergência, a soja era semeada no sistema convencional.
Com a descoberta de novos herbicidas com ação pós-emergente e, com o advento da semeadura direta, o uso dos herbicidas pré-emergentes foi sendo reduzido ano após ano. Tanto que, nos anos 2000, com a introdução da soja tolerante ao glifosato, o seu uso praticamente desapareceu.
Atualmente, o cenário de novas espécies daninhas e, principalmente, com resistência a diferentes mecanismos de ação, os herbicidas pré-emergentes surgem com opção e, em algumas situações, necessidade de uso.
As características atuais que se buscam em um herbicida pré-emergente incluem: seletividade à cultura; amplo espectro de controle de espécies de plantas daninhas; controle das plantas daninhas tolerantes e resistentes; baixa persistência no ambiente e custo reduzido.
Entre os benefícios atuais no uso de herbicidas pré-emergentes se encontra a diminuição na pressão de uso de herbicidas que vem sendo utilizados em repetidas aplicações, tanto durante o ciclo da soja quanto em culturas semeadas na sequência. Este é o caso do glifosato que desde o final dos anos 90 passou a ser o herbicida mais utilizado, O pré-emergente permite a diminuição do primeiro fluxo de emergência de plantas daninhas fazendo com que se diminua a pressão de plantas na pós-emergência da soja. Assim, se poderá reduzir o número de aplicações, ou até mesmo eliminar, o uso do glifosato na pós-emergência.
Associado a essa redução de uso do glifosato, o pré-emergente auxilia no controle daquelas espécies tolerantes ou resistentes aos herbicidas. Esse efeito se dá pelos diferentes mecanismos de ação destes herbicidas e, pela baixa frequência e pressão de uso dos mesmos. Por exemplo, nos casos de Caruru-roxo resistentes ao glifosato as alternativas de controle passam necessariamente pelo uso de herbicidas pré-emergentes.
No caso das espécies tolerantes, o uso de um herbicida que atrase o fluxo de emergência das plantas daninhas beneficiará, posteriormente, o herbicida pós- emergente a ser utilizado. Esse benefício está associado à diminuição na população de plantas daninhas e, principalmente, por possibilitar a aplicação do herbicida pós- emergente em plantas daninhas menos desenvolvidas, o que aumenta o controle.
Outro aspecto importante quando se fala no uso de herbicidas pré-emergentes é a necessidade de eliminar a interferência que as plantas daninhas causam com a cultura, o que comumente é conhecido como matocompetição. A principal causa dessa interferência é a disputa por água, luz e nutrientes que ocorre entre plantas daninhas e cultura, a qual acontece nos seus estádios iniciais de desenvolvimento.
O objetivo do controle é eliminar as plantas daninhas o mais cedo possível antes que ocorra a competição. Nesse sentido, o uso de herbicidas pré-emergentes destaca-se como estratégia eficiente na eliminação da matocompetição inicial, pois estes possuem efeito residual que impede ou atrasa ao máximo possível a emergência das plantas daninhas na área.
Porém, para que se tenha sucesso no uso dos herbicidas pré-emergentes é fundamental que se conheçam as suas características e as interações com o solo (tipo de argila; textura e matéria orgânica); com a palha e com as cultivares da soja.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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