A partir da segunda metade dos anos 90 ocorreram mudanças significativas no controle de plantas daninhas. A introdução da biologia molecular na agricultura comercial, pela inserção de gene tolerância ao glifosato, disponibilizou ao produtor cultivares de soja, milho e algodão tolerância ao herbicida, que até então era usado somente nas operações de pré-semeadura, na dessecação.
Esta primeira transgenia (RR) trouxe ao produtor uma nova alternativa de controle seletivo de plantas daninhas. Embora tenha sido mais uma tecnologia no sistema produtivo, passou a ser amplamente utilizada, sendo um dos maiores exemplos de adoção rápida de uma tecnologia em escala mundial. A adoção da tecnologia RR foi ampliada para outras culturas, como o milho, evoluindo hoje para a tecnologia RR 2 Pro que, se não modificou o manejo de plantas daninhas, inseriu aspectos relacionados ao controle de pragas e produtividade das culturas.
Atualmente, há vários projetos que visam à inserção de novos genes de tolerância em diferentes culturas. Alguns destes, serão disponibilizados ao produtor nos próximos 2 a 4 anos. Expressões como: “Sistema Enlist”; “Sistema Xtend”; Sistema Liberty Link”; “Sistema Cultivance”, começam a fazer parte do vocabulário dos profissionais da agricultura. Muitas destas tecnologias envolvem a combinação de genes de tolerância a mais de um herbicida em uma mesma cultivar.
Neste momento é que insiro a pergunta do título. Estamos preparados?
Será que aprendemos com a primeira geração de transgenia que as novas tecnologia não serão solução, como não foi a soja RR?
Estas novas tecnologias, em breve no mercado, deverão ser vistas como “ferramentas” para nos auxiliar no controle das plantas daninhas. Não devemos esquecer que toda a tecnologia usada de forma isolada, várias vezes repetidamente, trará consequências negativas. Basta lembrar o uso sistemático e único de glifosato no controle de plantas daninhas na soja.
As novas transgenias trarão tolerância simultânea ao dicamba e glifosato; ao 2,4- D, glifosato e haloxifope; ao amônio glufosinato e aos herbicidas imidazolinonas (Leia mais no ícone Manejo Químico na plataforma Up.Herb: http://abre.ai/novosogms). Ou seja, envolverão diferentes mecanismos de ação e grupos químicos. Será que a assistência técnica possui informações relacionadas a estes herbicidas? Será que os Engenheiros Agrônomos formados quando do surgimento da soja RR estão preparados para estes novos desafios? E o produtor? Como prepará-lo para esta nova realidade?
Estas novas tecnologias serão, sem dúvida, um grande avanço em termos do controle seletivo de plantas daninhas, principalmente em áreas com plantas daninhas eudicotiledôneas resistentes ou de difícil controle. Porém, a sua adoção deverá ser adotada com cautela, pois o seu uso inadequado poderá selecionar simultaneamente plantas daninhas resistentes a mais de um mecanismo de ação. Além disso, causa preocupação o número restrito de alternativas de controle destas culturas quando as mesmas tornam-se infestantes em outras culturas em sucessão.
A adoção destas novas transgenias deverá ser associada ao desenvolvimento de programas de capacitação técnica aos Engenheiros Agrônomos, Consultores, Técnicos Agrícolas e Produtores para que os mesmos adotem estratégias integradas de manejo de plantas daninhas. Estratégias estas amplamente pesquisadas, porém nem sempre adotadas pelo sistema produtivo.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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