O METRIBUZINA (4-amino-6-tert-butyl-4,5-dihydro-3-methylthio-1,2,4-triazin-5-one) e o S-METOLACLORO (2-chloro-6’-ethyl-N-[(1S)-2-methoxy-1-methylethyl]acet-o-toluidide and 20-0% 2-chloro-6’- ethyl-N-[(1R)-2-methoxy-1-methylethyl]acet-o-toluidide) compõe o herbicida Boundary EC®, disponível para uso na modalidade de pré-emergência na cultura da Soja. As principais caraterísticas podem se visualizadas nos Quadros 1 e 2.
Quadro 1 – Algumas propriedades físico-químicas do metribuzina
Quadro 2 – Algumas propriedades físico-químicas do S-metolacloro
Uso herbicida
O herbicida Boundary EC® é composto pelo metribuzina (149,36 g/L) + s-metolacloro (628,13 g/l). Herbicida seletivo, indicado para uso em pré-emergência no controle de espécies eudicotiledôneas (folhas largas) e de monocotiledôneas (Quadro 3).
Quadro 3 – Plantas daninhas controladas pela associação de metribuzina + s-metolacloro
*Produto comercial = Boundary EC® (149,36 g/L de metribuzina + 628,13 g/L de s-metolacloro)
METRIBUZINA
Metribuzina é classificado no Grupo 5 (WSSA) e no Grupo C1 (HRAC). Seu mecanismo de ação está associado a inibição do fotossistema II (Figura 2), grupo químico das triazinonas. Herbicidas como metribuzina inibem o fotossistema II ligando-se à proteína D1, no sítio onde se acopla a plastoquinona "Qb". Ao se ligar na proteína D1 ocorre o bloqueio de elétrons da Qa para a Qb e paralisa a fixação de CO2 e produção de ATP e NADPH2 que seriam necessários para o crescimento da planta. Porém a morte ocorre por outros processos. O acúmulo de energia na Qa promove a formação de clorofila tripleto, a qual interage com o oxigênio formando o radical livre oxigênio singleto. Tanto a clorofila tripleto quanto o oxigênio singleto interagem com os lipídios insaturados da folha iniciando o processo de peroxidação.
Plantas suscetíveis emergem do solo tratado completamente cloróticas ou completamente necrosadas após 2 a 5 dias de exposição a luz.
Prontamente absorvido pelas raízes quando na solução do solo e translocado rapidamente para a parte aéreas pelo xilema. Tanto a absorção quanto a translocação são aumentadas quanto maior a taxa transpiratória da planta. Metribuzina penetra rapidamente no simplasto mas não é retido, sendo deslocado rapidamente para o apoplasto.
Sua absorção pela parte aérea é moderada e a sua translocação é acropetal. O movimento basipetal não ocorre em condições normais.
Metribuzina é moderadamente adsorvido na maioria dos solos, possuindo elevada afinidade pela matéria orgânica. Sua adsorção diminui na medida em que o pH do solo aumenta. Sua fotodegradação é praticamente insignificante em condições de campo.
Figura 1 – Detalhes da interrupção do fluxo de elétrons no Fotossistema II causada pelo uso de metribuzina.
S-METOLACLORO
S-metolacloro é derivado da catalise do metolacloro e possui características físicas e químicas similares ao metolacloro, porém é mais ativo na sua ação em plantas suscetíveis.
S-metolacloro é classificado no Grupo 15 (WSSA) e no Grupo K3 (HRAC). É um herbicida do grupo químico das cloroacetoanilidas, que reduz drasticamente a biossíntese dos ácidos graxos de cadeia muito longa (VLCFAs) e causa o acúmulo dos ácidos graxos precursores (Figura 2). O herbicida inibe especificamente a atividade das elongases, responsáveis pela incorporação dos átomos de carbono no ácido graxo.
A maioria das espécies suscetíveis não emergem devido a interrupção no crescimento do meristema apical e do coleóptilo logo após a germinação. As poáceas (gramíneas) que emergem apresentam-se retorcidas e malformadas com as folhas enroladas. Espécies de folhas largas podem ter folhas ligeiramente enrugadas devido ao encurtamento da nervura central ou ainda em formato de canoa.
A absorção ocorre pela parte aérea emergente, especialmente nos coleóptilos das gramíneas. Alguma absorção também ocorre pelas raízes. No estágio de plântula pode ser absorvido pelas raízes e translocado para a parte aérea. S-metolacloro é fitotóxico somente para plantas daninhas em fase de emergência.
O herbicida é detoxificado pela clivagem do metileter seguido pela conjugação com glicose. Também é detoxificado pela conjugação do grupo cloroacetil com glutationa.
No solo é moderadamente adsorvido. A fotodegradação é a principal causa da dissipação do herbicida no campo, principalmente sob condições prolongadas de falta de chuva. A sua degradação é microbiológica. Sua lixiviação no solo é praticamente insignificante para solos com mais de 2% de matéria orgânica.
Figura 2 – Inibição da rota de síntese de ácidos graxos de cadeia muito longa pelo herbicida s-metolacloro
Bibliografia consultada
Weed Science Society of America. Herbicide Handbook. WSSA (Lawrence). Edição 10, 2014. 513p.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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