O manejo de plantas daninhas pressupõe a adoção de diferentes estratégias que busquem a diversidade das práticas adotadas para o controle de plantas daninhas. Isso é alcançado quando se consegue integrar práticas preventivas, culturais, mecânicas ou químicas.
A inserção de genes de tolerância ao glifosato em culturas como a soja, fez com que o agricultor simplificasse o controle de plantas daninhas, focando o mesmo na adoção de um único herbicida. Essa estratégia diminuiu a diversificação de mecanismos de ação de herbicidas e, por consequência, selecionou determinadas espécies daninhas não controladas por este herbicida.
Uma alternativa para essa simplificação é o uso de genes que conferem tolerância a outros mecanismos de ação, como o caso da soja LibertyLink (LL), tolerante ao herbicida glufosinato de amônio, o qual inibe a glutamina sintase (GS). A inibição da GS causa rápido acúmulo nos níveis de NH4+ intracelular, associado à ruptura da estrutura do cloroplasto, resultando na inibição da fotossíntese e na morte das células da planta. Embora a toxicidade de NH4+ pareça ser o mecanismo de ação primário do glufosinato, NH4+ pode não ser a causa principal da morte da célula na presença do inibidor. Além da toxicidade de NH4+, o efeito do herbicida na fotossíntese pode ser explicado pela inibição na síntese de proteínas.
Os herbicidas a base de glufosinato de amônio são usados de forma não seletiva e aplicados em pós-emergência no manejo de áreas, na dessecação de culturas e em aplicações em jato dirigido, em culturas como o milho. Porém, com o advento da transgenia podem ser aplicados seletivamente em culturas geneticamente modificadas, resistentes ao herbicida glufosinato de amônio, como o caso da soja, algodão e milho.
O glufosinato de amônio é um herbicida de contato, que possui amplo espectro de controle de plantas daninhas de folhas largas e estreitas, incluindo espécies de difícil controle como buva e amargoso, desde que aplicado nos estádios iniciais de desenvolvimento destas espécies (Tabela 1). O seu uso passa a ser importante alternativa no controle de espécies resistentes e tolerantes ao glifosato, além de ser um herbicida ao qual não existem casos de resistência associados ao seu uso no Brasil.
Tabela 1- Representação do controle proporcionado pelo uso do herbicida amônio glufosinato em espécies daninhas de difícil controle
O glufosinato de amônio (Liberty) é totalmente seletivo às cultivares de soja com a tecnologia LibertyLink, e pode ser aplicado em qualquer fase da cultura. Porém, é fundamental que se considere o estádio da planta daninha e o período em que pode haver matocompetição, o que normalmente ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento da culturaO controle de plantas daninhas com a adoção da tecnologia LibertyLink deve ser iniciado antes mesmo da semeadura da cultura, pois um dos principais pilares da mesma é a necessidade de semear a cultura no limpo, sem a presença de plantas daninhas.
A eliminação das plantas daninhas antes da semeadura da cultura pode ser obtida com a combinação de herbicidas em aplicação única ou, preferencialmente, em sequência. O ideal dentro da perspectiva de sustentabilidade é utilizar herbicidas de diferentes mecanismos de ação, inclusive diferentes daqueles usados em pós-emergência.
Naquelas situações onde os herbicidas usados na operação de manejo (dessecação) não possuírem atividade residual sobre as sementes de plantas daninhas e, dependendo do banco de sementes de plantas no solo, é possível que sejam necessárias pelo menos duas aplicações do herbicida Liberty sobre a soja (Figura 1). A primeira aplicação deverá ser realizada logo após a emergência das plantas daninhas e no máximo até o estádio V2 (dois nós) da soja, para que se evite a matocompetição. A segunda aplicação se fará necessária caso ocorram novos fluxos de emergência de plantas daninhas antes do completo fechamento das entrelinhas da cultura.
Figura 1 – Manejo de plantas daninhas em soja LibertyLink, SEM o uso de herbicidas pré-emergentes residuais
Outra alternativa de manejo é o uso herbicidas com ação residual no solo, antes da emergência das plantas daninhas e cultura, ou associado com a aplicação de dessecação (Figura 2). Entre os herbicidas com ação residual encontram-se o diclosulam; flumioxazina; imazetapir; metribuzim; s-metolacloro; sulfentrazona, trifluralina, entre outros.
Figura 2 – Manejo de plantas daninhas em soja LibertyLink, COM o uso de herbicidas pré-emergentes residuais
O uso destes herbicidas atrasa o primeiro fluxo de emergência das plantas daninhas fazendo com que a cultura permaneça no limpo por um período maior de tempo e, principalmente, diminuindo uma aplicação do herbicida em pós-emergência. A redução de uma aplicação pode aumentar a sustentabilidade da tecnologia Liberty-Link, pela diminuição na pressão de seleção de plantas daninhas.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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