O efeito da interferência das plantas daninhas no rendimento do milho é variável e depende, entre outros fatores, da espécie de planta daninha presente e do período no qual ocorre a interferência. Em relação ao espectro de espécies daninhas, tem-se observado, nas lavouras de milho do Brasil, a ocorrência tanto de espécies dicotiledôneas, como Amaranthus spp (caruru); Bidens spp (picão-preto); Commelina spp. (trapoeraba); Euphorbia heterophylla (leiteira); Ipomoea spp (corda-de-viola); Raphanus sativus (nabiça); Richardia brasiliensis (poaia-branca) e Sida spp. (guanxuma) quanto de monocotiledôneas, como Urochloa plantaginea (papuã); Digitaria spp (milhã); Echinochloa spp (capim-arroz); Digitaria insularis (amargoso) e Eleusine indica (capim-pé-de-galinha). De forma geral, as espécies monocotiledôneas causam maiores prejuízos ao rendimento do milho do que espécies dicotiledôneas.
A época de início do controle de plantas daninhas tem grande influência no crescimento das plantas e no rendimento de grãos da cultura. O período em que os efeitos das plantas daninhas efetivamente causam prejuízos à cultura e durante o qual a competição não pode existir é chamado de “período crítico de competição”. Esse período, para a cultura do milho, é variável, ocorrendo na maioria das situações dos 15 até os 50 dias após a emergência. As variações no período crítico de competição são devidas ao genótipo; à época de semeadura; à disponibilidade de água e nutrientes; à época de emergência; à densidade e à espécie de planta daninha.
A intensidade do efeito negativo causado pela interferência de plantas daninhas depende do componente do rendimento da cultura que é afetado. No caso do milho, o componente do rendimento mais afetado pelo aumento da infestação é o número de grãos por espiga, seguido pelo número de espigas por planta e pelo peso de grãos. O número de grãos por espiga e o número de espigas por planta são influenciados negativamente quando as plantas daninhas infestam a cultura nas fases em que a mesma diferencia suas estruturas reprodutivas. Esses dois componentes são definidos nos estádios iniciais de desenvolvimento (2 folhas), estando totalmente diferenciados até as plantas apresentarem 11 a 12 folhas desenvolvidas. O terceiro componente, peso de grãos, é definido no período entre a emissão dos estigmas e a maturação fisiológica, em virtude da quantidade de carboidratos acumulados no processo de fotossíntese.
A infestação de plantas daninhas também influencia no período de dias entre a emissão do pendão e a emissão da espiga do milho, afetando negativamente o processo de polinização da cultura. O estresse causado por falta de luz fotossinteticamente ativa durante a fase vegetativa do milho atrasa a emissão do pendão e dos estigmas; já, a exteriorização dos estigmas é atrasada quando a falta de luz ocorre no período reprodutivo. Assim, o déficit luminoso prejudica a polinização em razão da defasagem no período entre a receptividade dos estigmas e a maturação dos grãos de pólen, reduzindo o número de óvulos fecundados, ou promovendo o seu abortamento e, por consequência, provocando a diminuição do número de grãos formados.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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