O início do uso de herbicidas no controle de plantas daninhas se confunde com os herbicidas auxinicos, pois o primeiro herbicida seletivo a ser utilizado foi o 2,4-D, nos anos 1942, nos Estados Unidos, e posteriormente o herbicida dicamba em 1947.
No Brasil, os primeiros usos dos herbicidas auxinicos foram nas culturas da cana-de-açúcar, trigo e pastagens. Com a adoção do sistema de semeadura direta, na metade dos anos 1980, esses produtos passaram a ser utilizados no preparo da área para a semeadura da soja, na operação denominada de dessecação pré-semeadura.
O mecanismo de ação das Auxinas Sintéticas (ou Mimetizadores de Auxina) inclui diferentes grupos químicos e herbicidas (Ver https://upherb.com.br/int/herbicidas-registrados-e-em-fase-de-registro-no-brasil). Entre aqueles que são registrados para uso na dessecação pré-semeadura destacam- se: dicamba; 2,4-D amina; 2,4-D colina e triclopir. Alem desses, tem-se o halauxifen- metil, em fase de registro.
As Auxinas Sintéticas provocam mudanças metabólicas e bioquímicas nas plantas. Essas mudanças envolvem os sistemas enzimáticos carboximetil celulase e RNA polimerase, que influenciam a plasticidade da membrana celular e o metabolismo de ácidos nucléicos.
Altas concentrações desses produtos nas regiões meristemáticas do caule ou da raiz reduzem a síntese de ácidos nucléicos em plantas sensíveis, mas, quando em baixas concentrações, estimulam esses processos, proporcionando intenso crescimento celular. O aumento anormal de DNA, RNA e proteínas resultam em divisão descontrolada das células, o que se evidencia pelo crescimento anormal das plantas sensíveis. O crescimento descontrolado das células provoca epinastia de folhas e caules, além de interrupção do floema, o que impede a translocação dos fotoassimilados.
A seletividade depende de vários fatores: arranjo do tecido vascular em feixes dispersos, presença de meristemas intercalares nas gramíneas, metabolização e exsudação via sistema radical.
Os herbicidas desse mecanismo de ação são eficientes no controle de espécies daninhas de folha larga. Atualmente, eles são utilizados em associação a outros herbicidas em aplicação única ou sequencial antes da semeadura da soja.
O intervalo entre o uso desses herbicidas e a semeadura da cultura é um ponto de extrema importância, onde se deve respeitar um intervalo mínimo de dias entre o seu uso e a semeadura da soja. Os intervalos são de 30 dias para o dicamba; de 7 a 10 dias para o 2,4-D e de 15 a 20 dias para o fluroxipir.
O aumento no uso dos herbicidas auxinicos deu-se em função da ampliação nos casos de Buva resistente ao glifosato. Na presença dessas populações resistentes, o uso dos herbicidas auxinicos se torna necessária para se obter um eficiente controle. Porém, atualmente, tem sido observado um aumento nos casos de Buva não controlados com o herbicida 2,4-D. Essas plantas ao receberem o herbicida apresentam sintomas de rápida necrose foliar, seguidos do rebrote da planta. É importante salientar que essas plantas que rebrotam são controladas com os demais herbicidas auxinicos.
Além dos aspectos associados a eficácia agronômica, o uso dos herbicidas auxinicos requer cuidados especiais quanto à tecnologia de aplicação adotada. Para que se tenha uma eficiente aplicação, e com baixos riscos de deriva desses produtos, é fundamental utilizar pressão e pontas de pulverização adequadas, que gerem elevada porcentagem de gotas grossas, com menor chance de serem perdidas por deriva.
O uso desses produtos deve ser acompanhado por um Engenheiro-Agrônomo, e atender a legislação e restrição existente para o seu uso (https://upherb.com.br/int/entenda-as-normas-para-o-uso-dos-herbicidas-hormonais- em-alguns-municipios-do-rs).
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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