Fechar Menu
Upherb logo

Pesquisa

Manejo Químico

FOMESAFEN + S-METOLACLORO

Eng. -Agr. Dr. Mauro Antônio Rizzardi Professor da Universidade de Passo Fundo, RS

O FOMESAFEN 5-(2-chloro-α,α,α-trifluoro-p-tolyloxy)-N-methyl sulfonyl-2- nitrobenzamide e o S-METOLACLORO (2-chloro-6’-ethyl-N-[(1S)-2-methoxy-1-methylethyl]acet-o-toluidide and 20-0% 2-chloro-6’- ethyl-N-[(1R)-2-methoxy-1-methylethyl]acet-o-toluidide) compõe o herbicida Eddus®, disponível para uso na modalidade de pré-emergência na cultura da Soja. As principais caraterísticas podem se visualizadas nos Quadros 1 e 2.


Quadro 1 – Algumas propriedades físico-químicas do fomesafen


Quadro 2 – Algumas propriedades físico-químicas do S-metolacloro

Uso herbicida

O herbicida Eddus® é composto pelo fomesafen sódio (119,54 g/L) + s-metolacloro g/l). Herbicida seletivo, indicado para uso em pré-emergência no controle de
espécies eudicotiledôneas (folhas largas) e de monocotiledôneas (Quadro 3). 

Quadro 3 – Plantas daninhas controladas pela associação de fomesafen + s-metolacloro

*Produto comercial = Eddus® (119,54 g/L de fomesafen sódio + 517,83 g/L de s-metolacloro)

FOMESAFEN

Fomesafen é classificado no Grupo 14 (WSSA) e no Grupo E (HRAC), mecanismo de ação “Inibidores da enzima Protoporfirinogênio Oxidase (Protox/ PPO)”. Grupo químico difeniléteres.

O herbicida fomesafen inibe a enzima proporfirinogênio oxidase (Protox/PPO) (Figura 1). Após a inibição da Protox pelo herbicida, a protoporfirina IX é acumulada fora dos plastídios (no citoplasma) e interage com o oxigênio e a luz para formar o oxigênio singleto (O-). O protoporfirinogênio IX sai do cloroplasto quando a Protox é inibida e se acumula no citoplasma. A oxidação enzimática ocorre então no citoplasma, e a protoporfirina IX formada não é usada como substrato, nesse local, pela enzima Mg-quelatase, que se localiza nos cloroplastos, responsável pela formação da Mg-protoporfirina IX. A protoporfirina IX formada no citoplasma, sem Mg, interage com o oxigênio e a luz para formar o oxigênio singleto (0-) e iniciar o processo de peroxidação dos lipídios da plasmalema.


Figura 1 – Detalhes da rota de síntese do citocromo e da clorofila.

As folhas de plantas tratadas com fomesafen inicialmente ficam cloróticas, seguidas de rápida necrose, 1 a 3 dias após a exposição ao produto. Doses subletais podem causar sintomas de “bronzeamento” foliar nas folhas jovens recém expandidas.

Rapidamente absorvido pelas folhas, com perdas mínimas no caso de ocorrência de chuvas uma hora após a sua aplicação. Também absorvido pelas raízes. Fomesafen é móvel no xilema. 

A tolerância da soja ao fomesafen é associada à clivagem da ligação difeniléter, que causa a produção de compostos inativos na planta.

No solo sua adsorção aumenta da medida em que os teores de matéria orgânica se elevam. Fotodecomposto sob baixas intensidade de luz. Sua meia vida elevada (100 dias) faz com que se deva tomar cuidado com a semeadura de culturas sensíveis em sequência, como feijão; girassol e sorgo.

S-METOLACLORO

S-metolacloro é derivado da catalise do metolacloro e possui características físicas e químicas similares ao metolacloro, porém é mais ativo na sua ação em plantas suscetíveis. 

S-metolacloro é classificado no Grupo 15 (WSSA) e no Grupo K3 (HRAC). É um herbicida do grupo químico das cloroacetoanilidas, que reduz drasticamente a biossíntese dos ácidos graxos de cadeia muito longa (VLCFAs) e causa o acúmulo dos ácidos graxos precursores (Figura 2). O herbicida inibe especificamente a atividade das elongases, responsáveis pela incorporação dos átomos de carbono no ácido graxo.

A maioria das espécies suscetíveis não emergem devido a interrupção no crescimento do meristema apical e do coleóptilo logo após a germinação. As poáceas (gramíneas) que emergem apresentam-se retorcidas e malformadas com as folhas enroladas. Espécies de folhas largas podem ter folhas ligeiramente enrugadas devido ao encurtamento da nervura central ou ainda em formato de canoa.

A absorção ocorre pela parte aérea emergente, especialmente nos coleóptilos das gramíneas. Alguma absorção também ocorre pelas raízes. No estágio de plântula pode ser absorvido pelas raízes e translocado para a parte aérea. S-metolacloro é fitotóxico somente para plantas daninhas em fase de emergência.

O herbicida é detoxificado pela clivagem do metileter seguido pela conjugação com glicose. Também é detoxificado pela conjugação do grupo cloroacetil com glutationa. 

No solo é moderadamente adsorvido. A fotodegradação é a principal causa da dissipação do herbicida no campo, principalmente sob condições prolongadas de falta de chuva. A sua degradação é microbiológica. Sua lixiviação no solo é praticamente insignificante para solos com mais de 2% de matéria orgânica.  



Figura 2 – Inibição da rota de síntese de ácidos graxos de cadeia muito longa pelo herbicida s-metolacloro 

     

Bibliografia consultada

Weed Science Society of America. Herbicide Handbook. WSSA (Lawrence). Edição 10, 2014. 513p.


 

 







 

CONTATO

Entre em contato conosco

O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:

  • Palestras técnicas presenciais ou online
  • Webinars
  • Cursos de curta duração
  • Treinamentos e consultoria in loco
Não utilizamos cookies próprios. Nosso site utiliza apenas cookies de terceiros essenciais e para monitoramento de acessos e estatística dos site. Ao continuar navegando você concorda com a nossa Política de Privacidade.