A soja é a cultura de maior importância econômica no estado do Rio Grande do Sul. A área semeada e o rendimento de grãos aumentam a cada ano, resultado de grandes investimentos em pesquisa e inovações tecnológicas que possibilitam o cultivo em áreas denominadas anteriormente como impróprias e que aumentam significativamente a produtividade por área. O cultivo, no entanto, está sujeito a inúmeras intempéries climáticas, pragas, doenças e plantas daninhas que prejudicam o rendimento potencial da cultura.
Neste sentido, pode-se afirmar que as plantas daninhas são responsáveis por grande parte das perdas, pois competem por luz, água e nutrientes. Muitas são as plantas daninhas que competem com a soja, dentre as quais, guanxuma (Sida spp.), milhã (Digitaria spp.), papuã (Urochloa plantaginea), picão preto (Bidens pilosa), corda-de-viola (Ipomoea spp.) e leiteiro (Euphorbia heterophylla), acompanhadas de buva (Conyza spp.), capim-amargoso (Digitaria insularis) e milho (Zea mays) que se tornaram atualmente as principais plantas daninhas na soja, oriundas das más práticas de manejo adotadas e da resistência aos herbicidas. Além destas, é possível observar atualmente que o nabo (Raphanus spp.), capim-rabo-de-burro (Andropogon bicornis) e capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) também têm se tornado importantes plantas daninhas nos cultivos de soja.
A maioria dos estudos de competição entre plantas não considera a competição entre raízes. A raiz é o órgão mais importante na absorção de água e nutrientes, e exerce papel primordial na sustentação da parte aérea. A competição entre cultura e plantas daninhas por luz, água e nutrientes, requer raízes eficientes na absorção frente a interferência. Estudos de competição entre plantas raramente determinam as alterações da estrutura e fisiologia das raízes, porém, estas interferem diretamente na aquisição de água e nutrientes, que é um aspecto importante ainda pouco compreendido.
As alterações na raiz têm efeitos importantes na intensidade da competição. Culturas como a soja, possuem a capacidade de detectar a presença de plantas daninhas vizinhas, e rapidamente implantar mudanças morfológicas e moleculares em resposta a competição. A capacidade de detectar mudanças na qualidade de luz e sinalizar esta informação para as raízes, é uma estratégia para garantir a sobrevivência das plantas em condição de competição. As mudanças fisiológicas e morfológicas que ocorrem em resposta a competição, originam plantas mal adaptadas ao ambiente, que consequentemente são mais suscetíveis a estresses bióticos e abióticos e resultam em redução do rendimento potencial das culturas.
Conduziu-se um experimento na Universidade de Passo Fundo, que avaliou a competição de soja com a planta daninha buva em diferentes períodos de convivência. Os períodos de convivência foram do momento da semeadura até os estádios fenológicos V3 e V6 da soja. Estes estádios se caracterizam como, V3: segunda folha trifoliolada completamente desenvolvida, V6: quinta folha trifoliolada completamente desenvolvida. Ao final dos períodos, as plantas de soja foram removidas dos vasos e avaliadas as raízes.
Cada unidade experimental continha seis plantas de soja e uma de buva. Duas raízes frescas foram utilizadas para avaliação morfológica, e foram avaliadas com o uso de um scaner de raízes (Figura 1) para posteriormente análise através do software WinRhizo (Regent Instruments Inc., Sainte-Foy, QC, Canada), onde mensurou-se o comprimento e volume da raiz (Figura 2). As raízes foram secas em estufa e posteriormente pesadas para avaliação de matéria seca.
O UP-Herb – Academia das plantas daninhas disponibilizará:
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